Literatura, memória e realidade: Brasil moderno na ficção séc. XX

LITERATURA, MEMÓRIA E REALIDADE: TENSÕES DO BRASIL MODERNO NA FICÇÃO DO SÉCULO XX

2013 – 2015

 A proposta é averiguar diferentes níveis de intercorrência estabelecidos entre a ficção e a história social do Brasil do século XX. Nesta fase, pretende-se privilegiar, de modo especial, as produções dos decênios de 30, 40 e 50, lançadas justamente no período que experimentou significativas mudanças sociais internas, assinaladas por políticas urbanas de industrialização e mecanização da estrutura agrária sob a égide de uma constante tensão entre um modelo capitalista de feição modernizante e resíduos pré-capitalistas de tendência imobilista. A compreensão dessas relações – de resto, em se tratando de literatura, jamais óbvias ou mecânicas – implicará arrolar como etapas da “modernização” da cultura nacional estudos sociais e culturais importantes – que pertencem ao período – como os de Caio Prado Junior, Gilberto Freyre, Sérgio Buarque de Holanda e o primeiro Antonio Candido. A esses soma-se, evidentemente, o conjunto da produção ficcional, com particular atenção a autores e obras nos quais a sensibilidade social é saliente apanágio. Por fim, como orientação de trabalho, cuidaremos dos matizes de produção e circulação dessa literatura, bem como de suas composições de gênero e estilo, tendo em vista, nesse último aspecto, compreender o alcance do realismo e das chamadas expressões do “eu” (biografia, autobiografia e memória) em tal contexto.