Moysés Vellinho

MOYSÉS VELLINHO

(Santa Maria, 6 de janeiro de 1902 – Porto Alegre, 27 de agosto de 1980)

       Historiador, ensaísta e crítico literário. Durante a mocidade, sob o pseudônimo de Paulo Arinos, iniciou seu papel de crítico literário com a publicação de um comentário sobre a obra de Monteiro Lobato, Ondas verdes, texto divulgado no jornal Correio do Povo. No Rio de Janeiro, entre 1967 e 1970, foi membro do Conselho Federal de Cultura. No Rio Grande do Sul, além de integrar o Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul, foi redator de A Federação e escreveu para o Correio do Povo, sendo também diretor da Revista Província de São Pedro, entre os anos de 1945 e 1947, voltada a temas literários e culturais. 

      Esteve presente na Semana da Arte Moderna de 1922, além de ter relações com a intelectualidade do país: Antonio Candido, Afrânio Coutinho, Cecília Meireles, entre outros. Seus estudos tiveram enfoque sobre a distinção entre o gaúcho brasileiro e o gaúcho platino, tema caro ao fortalecimento das fronteiras nacionais. O Arquivo Histórico de Porto Alegre denomina-se Moysés Vellinho, em reconhecimento às contribuições do estudioso para a história do estado.

TÍTULOS

VELLINHO, Moysés. Raul Leone . In: Ilustração Brasileira, Rio de Janeiro -1927

Machado de Assis – aspectos de sua vida e de sua obra. Porto Alegre: Livraria do Globo, 1939.

Dois lados de uma paisagem. In: Lanterna verde. Boletim da Sociedade Felipe d’Oliveira, n. 8, Rio de Janeiro, 1944.

Eça de Queirós e o espírito de rebeldia. In: Poliantéia, Lisboa, 1945.

Evocação de Lobo da Costa. Porto Alegre, Livraria do Globo, 1953.

Simões Lopes Neto – contos e lendas, biografia e antologia – Coleção Nossos Clássicos, 5 – Rio de Janeiro, Editora Agir, 1957.

O gaúcho rio-grandense e o gaúcho platino. In: Fundamentos da cultura rio-grandense. Porto Alegre: Faculdade de Filosofia da Universidade do Rio Grande do Sul, v. 2, 1957.

O Partenon Literário. Seminário de Estudos Gaúchos, PUCRS, 1958.

Machado de Assis – histórias mal contadas e outras histórias. Rio de Janeiro, Livraria São José, 1960.

Os jesuítas no Rio Grande do Sul. In: Fundamentos da cultura rio-grandense. Porto Alegre: Faculdade de Filosofia da Universidade do Rio Grande do Sul, v. 4, 1960.

A configuração atual do Rio Grande do Sul e sua fronteira histórica. In: Fundamentos da Cultura Rio-Grandense, Porto Alegre:  Faculdade de Filosofia da Universidade do Rio Grande do Sul, v. 5, 1962.

O Rio e o Prata. In: Caderno do Rio Grande, n. 12, do Instituto Estadual do Livro, da Difusão de Cultura da SEC. Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro, v. 12, 1962.

A valorização do português na obra de Gilberto Freyre. In: Gilberto Freyre: sua ciência, sua filosofia e sua arte. Rio de Janeiro: José Olympio, 1962.

Capitania D’El Rey:Aspectos polêmicos da história do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Globo, 1964a.

Formação e história do gaúcho rio-grandense. In: RS: Terra e povo. Porto Alegre, 1964b.

 Síntese histórica da formação rio-grandense. Porto Alegre: Ministério da Guerra/III Exército, 1965.

 A herança lusitana na cultura do Rio Grande do Sul. In: Boletim Português de Leitura, 1968.

O mestre de campo André Ribeiro Coutinho, segundo governador do Continente de São Pedro. In: Revista do Instituto de Estudos Brasileiros, n. 7.  São Paulo, 1969.

 Recortes do velho mundo – impressões de viagem. Porto Alegre: Livraria Sulina, 1970.

Fronteira. Porto Alegre: Globo, 1975.

 Oswaldo Aranha – pequenos registros à margem de uma grande personalidade. Porto Alegre: Editora Lima, 1978.

 Castilhos e o castilhismo. In: TODESCHINI, Cláudio. Julio de Castilhos. Porto Alegre: Instituto Estadual do Livro, 1978.

 Aparas do tempo. Porto Alegre: União de Seguros Gerais, 1981.

REFERÊNCIAS CRÍTICAS

ALMEIDA, Camila Santos de. O debate historiográfico entre Moysés Vellinho e Manoelito de Ornellas. Spartacus, Santa Cruz do Sul, 2007. Disponível em http://www.unisc.br/site/spartacus/edicoes/012007/almeida_carina_santos.pdf. Acesso em 27/10/14.

DELFOS – Espaço de Documentação e Memória Cultural – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (http://www.pucrs.br/delfos/?p=vellinho)

MOREIRA, Maria Eunice (Org.) Papéis nada avulsos. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2012.

RODRIGUES, Mara Cristina de Mattos. Da crítica à história: Moysés Vellinho e a trama entre a província e a nação 1925 a 1964Tese de doutorado. Disponível em http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/8082.

SELETA

 Os jesuítas das primeiras levas vinham pela catequese, ardentes de fé e de misticismo. Sua maior aspiração, seu sonho mais vivo, era a morte pelo martírio! Eis aí o supremo coroamento de uma existência votada ao senhor! Quantas vezes eles confessam em suas cartas a piedosa inveja que sentem dos irmãos de hábito que alcançaram a bem-aventurança de serem assados e devorados pelos índios!

            VELLINHO, Moysés. Os jesuítas no Rio Grande do Sul. In: Fundamentos da cultura rio-                     grandense. Porto Alegre: Faculdade de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, v. 4, 1960. (p. 109)